eu sou ruim em videogames
com o lançamento de silksong e todo o debate online sobre o quão difícil é, eu fiquei pensando sobre a minha própria questão com videogames e dificuldade.
eu lembro de, muito nova, quando comecei a ter minhas primeiras experiências com videogames, ter medo de jogar algumas coisas. não por serem de fato assustadoras - mas porque eu me considerava “ruim” em videogames, e portanto não “valia a pena” eu jogar certas coisas. meu pensamento é que eu não iria me divertir, e seria uma perda do meu tempo.
isso limitou por muito tempo o tipo de videogame que eu consumia. se possuísse qualquer aspecto que, na minha percepção, era desafiador, eu não ia atrás de ter a experiência em primeira mão, me contentando a, no máximo, assistir vídeos de gameplay no youtube. e as coisas que eu jogava, eu sempre colocava no modo fácil - e o pior de tudo, sempre sentia vergonha disso.
não teve um acontecimento ou um jogo específico que resolveu isso - foi uma jornada para perceber, aos poucos, que não só eu não era tão ruim quanto eu dizia, como também entender que ser “ruim” não impede a diversão.
silksong é, com muita margem, o jogo mais difícil que eu já joguei. eu passo horas em lutas contra chefões. morro para inimigos estúpidos. demoro muito mais para completar algumas missões do que o jogador médio. e, mesmo assim, eu me divirto no processo. isso também é mérito do design do jogo, óbvio - mas também tem a consciência de entender que o propósito de um videogame é ser divertido em sua totalidade, não só em ganhar alguma coisa.
se ficou até aqui, obrigada pela leitura!